A conscientização que dá o tom

Na noite de 30 de outubro, na Câmara de Vereadores de Guabiruba, foi realizada a primeira palestra do projeto “Outubro Rosa”, destinado aos trabalhadores vestuaristas sócios do Sintrivest. Dezenas de pessoas acompanharam o evento, ministrado pelo técnico em radiologia, Rulyan Candeias e pelo oncologista Rodrigo K. Rovere. A primeira palestra da noite falou sobre a mamografia, um exame indispensável para mulheres acima de 40 anos, cujo principal objetivo é a detecção precoce de tumores benignos e malignos. “No Brasil, o número de mortos em decorrência desta patologia é de 13 mil mulheres e 120 homens por ano. E o grande problema continua sendo a descoberta tardia da doença, o que muitas vezes impede sua cura. O diagnóstico precoce é fundamental. Essa é a nossa melhor arma na guerra contra o câncer de mama”, explica o técnico em radiologia, Rulyan Candeias. O profissional explica que a mamografia nada mais é do que a compressão das mamas em duas placas de acrílico. O procedimento dura cerca de 20 minutos, com três ou quatro compressões de, no máximo, 30 segundos. O exame permite a detecção de nódulos com até 1 (um) milímetro e, neste estágio inicial, a chance de cura é de 95%. “Foi realizada uma pesquisa no Centro de Brusque com 100 mulheres e suas observações sobre a mamografia. Cerca de 70% responderam que dói. Outros 18% falaram do medo de realizar o exame, para 7% a mamografia faz mal à saúde e os outros 5% manifestaram vergonha em fazer o exame. O curioso é que nenhuma mulher falou sobre o benefício da mamografia, visto que a cura do câncer de mama está diretamente ligada à descoberta precoce da doença justamente pela mamografia”, ressalta Candeias. O técnico em radiologia confirmou que o desconforto existe, mas que é facilmente suportável. Já a dose de radiação utilizada é baixa e não prejudica a saúde da mulher. Já para o dia da realização do exame, Candeias deixa algumas dicas: “Não se deve escolher um dia antes ou logo depois do período menstrual, no qual a mama está mais sensível. A roupa escolhida deve ser de duas peças separadas, pois será necessário tirar apenas a parte de cima, não use hidratante ou qualquer outro produto de higiene e cuidado pessoal na região das axilas e leve seus exames antigos”, observa.   <strong>Longe da mamografia</strong> O médico oncologista, Rodrigo K. Rovere, apresentou uma pesquisa própria, publicada em uma revista internacional da Europa. Nela está presente um dado alarmante: 45% das mulheres brasileiras nunca foram submetidas a uma mamografia. “Não fazia o menor sentido essa constatação. Mas, diferente do Sul do país, muitas mulheres não acreditam na possibilidade da doença ou não tem um acesso ao exame. Isso faz com que, numa escala global o câncer de mama diminua e, no Brasil, apenas aumente, inclusive no número de mortes”, destaca. Para o profissional, o autoexame é importante. No entanto, ele não descarta a visita periódica ao médico e, inclusive, a realização de uma mamografia anual após os 40 anos. De qualquer forma, Rovere afirma que as mulheres devem ficar atentas aos sinais da mama e, se sentirem algum nódulo, especialmente os mais densos, devem buscar o atendimento clínico com urgência. “São sinais de câncer de mama os nódulos, inchaços que não desaparecem, assimetria das mamas, pele enrugada, pele semelhante à casca de laranja, descamação ao redor do mamilo e secreções que saem dali”, completa.   <strong>Autoridades prestigiam o evento</strong> O prefeito de Guabiruba, Mathias Kohler, ao lado do vice, Valmir Zierke, prestigiou o evento e ressaltou a importância da iniciativa, realizada pela primeira vez no município através do Sintrivest. “A gente constrói saúde com participação e prevenção com oportunidade de conhecimento. Estamos felizes pela iniciativa do Sintrivest, que nos aproxima da informação. É através dela que poderemos orientar melhor nossos familiares e amigos sobre a doença, sempre estimulando a prevenção”, avalia. Já o presidente da Câmara de Vereadores de Guabiruba, Valdemiro Dalbosco ressalta que o momento é de partilha de conhecimento, embora o grande desafio para vencer a doença seja mesmo a prevenção. “É através de momentos como este que as pessoas aprendem o que é necessário fazer para se prevenir ou descobrir mais cedo a doença e iniciar o tratamento”, analisa. Para a presidente do Sintrivest, Marli Leandro, incentivar a campanha do “Outubro Rosa” faz parte do projeto permanente da entidade, levando em consideração que 90% dos sócios que representam são mulheres. “Em 2014 decidimos ampliar essa ação em Guabiruba porque temos muitas trabalhadoras vestuaristas na cidade e nunca é demais aprender e se prevenir”, conclui.