Data de publicação: 18/03/2016
Direitos e cidadania das mulheres são tema de evento na Câmara Municipal de Brusque
Sessão especial foi proposta pela vereadora e presidente do Sintrivest Marli Leandro, e recebeu a palestrante Vera Márcia Marques Santos, professora da Udesc
Sessão especial foi proposta pela vereadora e presidente do Sintrivest Marli Leandro, e recebeu a palestrante Vera Márcia Marques Santos, professora da Udesc
Em alusão ao Dia Internacional da Mulher, comemorado dia 8 de março, a Câmara Municipal realizou na noite de ontem, quinta-feira, 17, mais uma edição do evento Mulher em Pauta, proposto pela vereadora e presidente do Sintrivest, Marli Leandro, e aprovado em votação do Legislativo por unanimidade. Na ocasião, Vera Márcia Marques Santos, professora do Laboratório Educação e Sexualidade (LabEduSex CEAD) da Udesc, ministrou a palestra Mulheres, Direitos e Cidadania.
A docente abordou, dentre outros assuntos, a exposição, pela mídia, de um empoderamento superficial das mulheres e contextualizou sua afirmação a partir de uma crítica às recentes manifestações contrárias ao governo federal. Na opinião de Vera, os protestos se devem, em parte, ao fato da Presidência da República estar sendo ocupada por uma mulher.
Ela também comentou a respeito do papel da educação nas mudanças que a sociedade almeja. “Como vamos aprender aquilo que não nos é ensinado? Nem toda mulher quer casar, no entanto, há uma cobrança social”, disse a palestrante, para quem as mulheres ainda aderem a determinadas situações, como o matrimônio e a maternidade, sem refletir a respeito dessas decisões.
A convenção de padrões estéticos e estereótipos também foram questionados por Vera. Para ela, essas questões precisam ser trabalhadas desde a infância para que não se tornem obstáculos na vida adulta. “Quando dizemos a um menino que homem resolve as coisas na porrada, estamos o ensinando a agir assim. Quando se diz a ele que homem não chora, estamos dizendo muitas coisas”, observou.
Outro tema levantado pela professora foi o comportamento possessivo dos jovens – tanto das moças, quanto dos rapazes, em relação aos parceiros. “Posso não me sentir confortável que meu marido vá a uma festa, mas precisamos tratar disso na base do diálogo. Pode haver um consenso temporário ou definitivo. Mas não pode ser na base da imposição”, frisou.
Vera também falou sobre igualdade de direitos e deveres entre homens e mulheres, sexualidade e criticou lugares-comuns em que ainda são simbolicamente enquadradas as mulheres – como no dito popular que sentencia: “por trás de um grande homem, há sempre uma grande mulher”. O lugar da mulher, salientou, deve ser ao lado do seu cônjuge, nunca atrás dele.
A palestrante também apresentou os 12 direitos das mulheres de acordo com a ONU, como o direito à privacidade, a construir um relacionamento conjugal e planejar sua família, à liberdade de reunião e participação política e a não ser submetida a torturas e maus-tratos. E finalizou a palestra com a citação da escritora e filósofa Simone de Beauvoir: “Que nada nos defina, que nada nos sujeite, que a liberdade seja a nossa própria substância”.
Marli Leandro, que presidiu a sessão especial, abriu a palavra ao público, momento em que foram levantadas reflexões ligadas à temática central do evento. Na oportunidade, manifestaram-se os vereadores José Isaias Vechi, Edson Rubem Müller, o Pipoca, Valmir Ludvig, e o secretário executivo da Agência de Desenvolvimento Regional de Brusque, Ewaldo Ristow Filho, dentre outras pessoas. Representantes do grupo Soroptimista de Brusque também prestigiaram a solenidade.
Talita Garcia/Câmara Municipal de Brusque
Em alusão ao Dia Internacional da Mulher, comemorado dia 8 de março, a Câmara Municipal realizou na noite de ontem, quinta-feira, 17, mais uma edição do evento Mulher em Pauta, proposto pela vereadora e presidente do Sintrivest, Marli Leandro, e aprovado em votação do Legislativo por unanimidade. Na ocasião, Vera Márcia Marques Santos, professora do Laboratório Educação e Sexualidade (LabEduSex CEAD) da Udesc, ministrou a palestra Mulheres, Direitos e Cidadania.
A docente abordou, dentre outros assuntos, a exposição, pela mídia, de um empoderamento superficial das mulheres e contextualizou sua afirmação a partir de uma crítica às recentes manifestações contrárias ao governo federal. Na opinião de Vera, os protestos se devem, em parte, ao fato da Presidência da República estar sendo ocupada por uma mulher.
Ela também comentou a respeito do papel da educação nas mudanças que a sociedade almeja. “Como vamos aprender aquilo que não nos é ensinado? Nem toda mulher quer casar, no entanto, há uma cobrança social”, disse a palestrante, para quem as mulheres ainda aderem a determinadas situações, como o matrimônio e a maternidade, sem refletir a respeito dessas decisões.
A convenção de padrões estéticos e estereótipos também foram questionados por Vera. Para ela, essas questões precisam ser trabalhadas desde a infância para que não se tornem obstáculos na vida adulta. “Quando dizemos a um menino que homem resolve as coisas na porrada, estamos o ensinando a agir assim. Quando se diz a ele que homem não chora, estamos dizendo muitas coisas”, observou.
Outro tema levantado pela professora foi o comportamento possessivo dos jovens – tanto das moças, quanto dos rapazes, em relação aos parceiros. “Posso não me sentir confortável que meu marido vá a uma festa, mas precisamos tratar disso na base do diálogo. Pode haver um consenso temporário ou definitivo. Mas não pode ser na base da imposição”, frisou.
Vera também falou sobre igualdade de direitos e deveres entre homens e mulheres, sexualidade e criticou lugares-comuns em que ainda são simbolicamente enquadradas as mulheres – como no dito popular que sentencia: “por trás de um grande homem, há sempre uma grande mulher”. O lugar da mulher, salientou, deve ser ao lado do seu cônjuge, nunca atrás dele.
A palestrante também apresentou os 12 direitos das mulheres de acordo com a ONU, como o direito à privacidade, a construir um relacionamento conjugal e planejar sua família, à liberdade de reunião e participação política e a não ser submetida a torturas e maus-tratos. E finalizou a palestra com a citação da escritora e filósofa Simone de Beauvoir: “Que nada nos defina, que nada nos sujeite, que a liberdade seja a nossa própria substância”.
Marli Leandro, que presidiu a sessão especial, abriu a palavra ao público, momento em que foram levantadas reflexões ligadas à temática central do evento. Na oportunidade, manifestaram-se os vereadores José Isaias Vechi, Edson Rubem Müller, o Pipoca, Valmir Ludvig, e o secretário executivo da Agência de Desenvolvimento Regional de Brusque, Ewaldo Ristow Filho, dentre outras pessoas. Representantes do grupo Soroptimista de Brusque também prestigiaram a solenidade.
Talita Garcia/Câmara Municipal de Brusque