Data de publicação: 20/07/2017

Retrocesso

Reforma Trabalhista: o fim do direito dos trabalhadores

Sintrivest espera dialogar com a categoria sobre as mudanças que virão

Compartilhar em:

Reforma Trabalhista: o fim do direito dos trabalhadores
Está aprovada e sancionada pelo presidente Michel Temer a Reforma Trabalhista. O Sindicado dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário de Brusque e Guabiruba (Sintrivest) participou nesta segunda-feira, 17 de julho, de mais uma reunião do Fórum das Entidades Sindicais e o tema em debate foi o prejuízo que esta mudança trará para a classe trabalhadora.
“A gente já vinha preocupado com as Reformas Trabalhista e Previdenciária desde o início do ano. O Sintrivest, ao lado de diversas outras entidades do Estado e do País, viveu esse momento de preocupação, diante desta transição que não é favorável para os trabalhadores porque destrói os direitos trabalhistas”, afirma o presidente em exercício do Sintrivest, José Gilson Cardoso.
Segundo ele, muitas manifestações foram organizadas em todo o Brasil, com o intuito de tentar barrar a possibilidade que acabou se confirmando na última semana, diante da aprovação do Congresso. “Temos pela frente um período de transição de 120 dias. É um tempo providencial para o debate, uma oportunidade de entender melhor sobre as mudanças que virão. Também será um momento de reflexão para o movimento sindical, na tentativa de separar o joio, do trigo. Chegou a hora de definir quem quer ter um sindicato forte de quem nunca se interessou pelas conquistas que o sindicato trouxe para a cidade”, explica Gilson.
De acordo com o sindicalista, diante da Reforma Trabalhista, se faz necessária uma definição. “Qual sindicato nós queremos? Um sindicato reivindicatório? Assistencial? Político partidário? Um sindicato que tenha uma representação social importante ou um sindicato que se vende para a classe patronal? Essas perguntas só poderemos responder com o apoio dos trabalhadores nos próximos 120 dias, que também serão marcados pela nossa Convenção Coletiva. De qualquer forma, precisamos sinalizar para o futuro o sindicato que vamos ter daqui para frente”, acrescenta Gilson.


Insegurança

É importante que o trabalhador reconheça a necessidade do movimento sindical autêntico, combativo e cidadão. “Muitos empresários falam que o movimento sindical deveria acabar. Mas, como ficariam os trabalhadores? Que representatividade terão? Onde e de que maneira eles vão negociar? Com a Reforma Trabalhista, o negociado se sobrepõe ao legislado e nós não temos base nenhuma. Isso significa que os salários podem ser menores do que o piso estabelecido, porque a negociação é livre”, enfatiza o presidente em exercício do Sintrivest.
Gilson esclarece que a Reforma Trabalhista é considerada a destruição da CLT por alterar mais de 100 cláusulas. Uma delas é que a ajuda de custo recebida pelos trabalhadores deixa de ser incorporada ao salário. Outra mudança é a homologação dos contratos, que passará a ser feita pelas empresas. “Fica a dúvida: qual a garantia que o trabalhador tem de que esse cálculo será feito da maneira correta?”, questiona Gilson.
A jornada de trabalho, que hoje é de 44 horas, por anos foi uma bandeira do movimento sindical para que fosse reduzida, totalizando 40 horas. Com a aprovação da Reforma Trabalhista, a jornada será de 48 horas semanais, o que significa expediente aos sábados até as 18h.
“A Terceirização também trouxe prejuízos para os trabalhadores e já está valendo. Imagine você, costureira, ser substituída por uma empresa terceirizada que vai pagar um salário menor. Afinal, ninguém terceiriza para pagar mais. A trabalhadora registrada sabe que a colega terceirizada ganha menos do que ela. Essa é uma realidade que não vai mudar”, argumenta Gilson.