Data de publicação: 27/10/2022
Evento
Sintrivest comemora 40 anos de fundação
Sintrivest comemora 40 anos de fundação
Prédio do trabalhador vestuarista, inaugurado em 2009, representa a força da categoria
Na noite desta quarta-feira, 26 de outubro, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário, Bordados, Couro, Calçados e Similares de Brusque e Guabiruba (Sintrivest) comemorou seus 40 anos de fundação. A solenidade, que reuniu lideranças sindicais e trabalhadores vestuaristas, também foi marcada por um coquetel e uma live com o sorteio de presentes, encerrando a promoção de aniversário da entidade.
Fundado em 26 de outubro de 1982, o Sintrivest tem sua trajetória formada por lutas e conquistas que vão além da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e que reforçam seu compromisso genuíno de defender os interesses da classe trabalhadora. “Passamos por momentos de turbulência mas, com coragem, superamos todos os tipos de desafios. O que nos move é a essência e a história do movimento sindical que, pela união de sua categoria, alcança melhores condições de trabalho e de salário para todos”, afirma a atual presidente do Sintrivest, Marli Leandro.
Lideranças prestigiam o evento
O presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fetiesc), Idemar Antônio Martini, fez questão de prestigiar o evento. Ele, que já estava envolvido no movimento sindical, acompanhou a fundação do Sintrivest, em Brusque. “É um imenso prazer rememorar esta luta, especialmente pela grandeza que o sindicato alcançou nestes 40 anos de história. O compromisso que seus dirigentes têm pelos trabalhadores vestuaristas é algo que nos enche de orgulho. Hoje, no entanto, reforçamos essa atuação, em busca do equilíbrio da sociedade e de uma melhor distribuição de renda para todos”, afirma.
O presidente do Departamento de Fiação, Vestuário e Tecelagem da Fetiesc, Valmor de Paula, também reconheceu o trabalho do Sintrivest, especialmente na gestão responsável dos recursos, que permitiu a construção do prédio próprio da entidade. “São 40 anos de luta e de renúncia que merecem ser enaltecidos. E o sindicato de Brusque ainda faz justiça à categoria, ao manter em sua presidência uma mulher, já que o setor é formado em 80% por trabalhadoras”, ressalta.
Representando o Fórum das Entidades Sindicais de Brusque e a Nova Central Sindical de Santa Catarina, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil (Sintricomb), Izaias Otaviano, também fez uso da palavra. “É motivo de alegria conversar com os companheiros e conhecer este passado de glória. Também nos enche de satisfação acompanhar o trabalho que hoje é desenvolvido, pautado nas necessidades da categoria”, pontua.
Associação dos Profissionais nas Indústrias do Vestuário de Brusque
A história do Sintrivest nasceu do envolvimento de trabalhadores e trabalhadoras vinculados, em sua grande maioria, à indústria Irmãos Krieger S/A, uma potência econômica sediada em Brusque, por volta de 1980. Boa parte das pessoas que formaram a primeira diretoria da entidade, empossada em 13 de março de 1983, eram colaboradores da empresa.
“Tinha 18 anos e vivia em uma ditadura militar. Em 1978 comecei a trabalhar na Krieger e o que mais ouvia do meu encarregado era a necessidade de pedir um aumento de salário, porque ganhávamos pouco”, lembra o atual tesoureiro do Sintrivest, que também já foi presidente da entidade, José Gilson Cardoso.
A primeira instalação do Sintrivest foi em uma sala alugada, na Rua Adriano Schaeffer, 58. Ali, o atendimento acontecia de segunda a sexta-feira, no período da tarde.
Já no início da década de 1990 o sindicato conquistou sua primeira sede própria, na Rua Hercílio Luz, quando intensificou sua atuação social e assistencial, desenvolvida até hoje.
Base feminina
Desde 1987 a atual presidente do Sintrivest, Marli Leandro, é associada ao sindicato. Mas, apenas em 1989 ela passou a integrar a diretoria da entidade, tornando-se, em 2002, a primeira mulher à frente da instituição.
“São cinco mandatos consecutivos, que demonstram o quanto nós, mulheres, temos competência e somos aptas para ocupar os espaços de poder e decisão. Tive a oportunidade de me capacitar junto ao movimento sindical e passei por diversas formações ao aceitar este desafio”, recorda a presidente.
Para ela, a resistência da mulher trabalhadora e sua expressão, através do movimento sindical, é uma forma de quebrar tabus. “Muitos sindicatos, ainda hoje, são liderados por homens. Então, é motivo de orgulho ser presidente e representar uma categoria formada, em sua maioria, por mulheres. É demonstrar que somos capazes de ocupar espaços de poder, decisão e liderança”, enfatiza.
Um marco na história
Passadas quatro décadas, um prédio erguido no Centro de Brusque, mostra a força, a organização e a representatividade dos trabalhadores e trabalhadoras vestuaristas. A sede da entidade, na Avenida Beira Rio, foi inaugurada em 2009, e ampliou o serviço prestado à categoria.
“É a maior conquista do Sintrivest. Compramos o terreno no meu primeiro mandato como presidente. Já as obras iniciaram em 2007 e seguimos até hoje, ampliando e melhorando a estrutura”, comemora Marli.
No dia 1º de setembro de 2013, o Sintrivest inaugurou sua Subsede em Guabiruba, aproximando seu atendimento e serviços dos mais de mil associados à entidade que moram no município.
Sindicato do futuro
Ao completar 40 anos, o sentimento dos dirigentes do Sintrivest é de gratidão e de reverência ao passado. Conduzir à entidade ao futuro, aberta às novas tecnologias e modelos de relação entre o capital e o trabalho passam, diretamente, pelas lições aprendidas durante esta jornada.
“Nunca deixamos de fechar uma Convenção Coletiva, e isso é importante para o trabalhador. Nem sempre alcançamos o reajuste esperado, ou merecido, já que somos responsáveis pela produção da riqueza do país, mas sempre nos esforçamos para isso”, expressa Marli.
A presidente cita os últimos anos, marcados por turbulências nacionais e pela perda de direitos e benefícios. “Continuamos de pé e seremos resistência! Espero ainda ver mais engajamento da classe trabalhadora. Nos fortalecemos pela união, em prol de objetivos que são comuns”, enfatiza.