Data de publicação: 20/09/2017

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Sintrivest realiza segunda rodada de negociação

Convenção Coletiva de Trabalho ainda não foi finalizada com o Sindicato Patronal

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Sintrivest realiza segunda rodada de negociação
Na manhã de segunda-feira, 18 de setembro, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário de Brusque e Guabiruba (Sintrivest), realizou a segunda rodada de negociações com o Sindicato Patronal, o Sindivest. Ainda assim, não foi possível finalizar a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho, que tem como data-base o mês de setembro.
“Iniciamos o processo no mês de julho, através da Assembleia de Retirada de Pauta, no qual foi definido o rol de reivindicações. Logo em seguida nós encaminhamos o documento para o Sindicato Patronal e, somente no início do mês de setembro tivemos a primeira rodada de negociação. É um momento complicado e difícil de negociar por conta dos reflexos da aprovação da Reforma Trabalhista, que entra em vigor no dia 11 de novembro”, afirma a presidente do Sintrivest, Marli Leandro.
A Reforma Trabalhista interfere diretamente em cláusulas que compõem a Convenção Coletiva de Trabalho. Uma delas, por exemplo, trata da homologação da rescisão de contrato que, a partir do quarto mês, deve ser feita no Sindicato. “Muitas pessoas não sabem fazer o cálculo da rescisão e têm dúvidas sobre o que devem receber. Quando a homologação é feita no Sindicato isso traz mais segurança, não apenas para o trabalhador, como também para a empresa. E o Sindicato Patronal quer retirar essa cláusula da nossa Convenção Coletiva. Na minha opinião, isso provoca dúvida e insegurança. É claro que na lei que vai entrar em vigor isto está previsto. Mas também está previsto que o negociado se sobrepõe ao legislado. Portanto, não há problema nenhum em permanecer com esta prerrogativa e garantir mais transparência para ambas as partes na quitação das verbas rescisórias”, afirma Marli.


Reajuste salarial

Outro ponto que permanece sem definição é o reajuste salarial. No rol enviado ao Sindicato Patronal foi fixado um incremento do índice do INPC e mais 5% de aumento real. “Nos últimos anos não tivemos aumento real no salário do trabalhador vestuarista porque o índice da inflação estava alto, acima de 9%. Mas, nesse ano, o INPC fechou em menos de 2% e nós precisamos avançar na negociação do aumento real. Até agora não recebemos nenhuma proposta viável e, por isso mesmo, ainda não há nada de concreto. Continuamos em discussão e a próxima reunião será no dia 26 de setembro”, pontua Marli.
De acordo com a sindicalista, os trabalhadores devem ficar atentos e acompanhar as novidades pelos canais de comunicação do Sintrivest. Há o site da entidade (www.sintrivest.org.br), a rede social no Facebook (Sintrivest Brusque), o programa Costurando Cidadania, que vai ao ar todos os sábados, às 8h, na Rádio Cidade, e a coluna semanal no Jornal Em Foco.
“É importante informar aos trabalhadores que se não for possível fechar a negociação ainda em setembro, que é a nossa data-base, o reajuste salarial será retroativo. Ele não será perdido e a empresa vai pagar a diferença”, observa Marli.
Com a proximidade de entrar em vigor a Reforma Trabalhista, se ampliam os debates, seminários e palestras sobre as mudanças que vão ocorrer. Ao mesmo tempo, ações de inconstitucionalidade impetradas já acumulam liminares favoráveis. “Juízes, promotores e advogados dizem que, em até 80%, a Reforma Trabalhista é ilegal ou inconstitucional, porque não foram respeitados os tratados internacionais e a Constituição”, adverte a presidente do Sintrivest.