Data de publicação: 25/02/2018
Contribuição
Trabalhadores vestuaristas aprovam por unanimidade o desconto da contribuição sindical
Assembleias continuarão esta semana, em algumas fábricas da categoria
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário de Brusque e Guabiruba (Sintrivest) realizou na tarde deste sábado, 24 de fevereiro, a Assembleia Geral Extraordinária que discutiu a autorização prévia e expressa do desconto da Contribuição Sindical, em março de 2018. Participaram do encontro os trabalhadores da categoria, associados ou não ao sindicato.
“Estou extremamente feliz porque, por unanimidade, os trabalhadores presentes autorizaram a continuidade do desconto da contribuição sindical, porque reconhecem o trabalho realizado pelo Sintrivest e todos os serviços prestados para a categoria. Isso me deixa feliz e satisfeita, com entusiasmo para continuar na luta diária, em prol de melhores condições de vida e trabalho para todos”, confirma a presidente do Sintrivest, Marli Leandro.
Com quase duas horas de duração, a Assembleia propôs um amplo debate, que abordou as mudanças trazidas pela Reforma Trabalhista e a importância de manter um sindicato forte na atual conjuntura. Participaram do evento o tesoureiro do Sintrivest, José Gilson Cardoso, e a assessora jurídica da entidade, Marili Imhof. Também estiveram presentes o secretário geral do Sindmestre, Jean Carlo Dalmolin, o presidente do Sinseb, Orlando Soares Filho, o assessor jurídico da Fetiesc, Jairo Leandro Luiz Rodrigues, e a diretora da entidade, Rosana Quintino.
Antes da aprovação da Reforma Trabalhista, a contribuição sindical era o desconto de um dia de trabalho, que acontecia de forma automática no mês de março. Agora, o desconto depende da autorização prévia e expressa do trabalhador que, de acordo com orientações em debates e seminários, bem como através de pareceres jurídicos, pode ocorrer de forma coletiva, através de uma assembleia convocada exatamente para este fim. Depois de recebido, o tributo passa pela seguinte divisão: 60% fica no sindicato, 15% é destinado para a Federação (Fetiesc), 5% para a Confederação (CNTI), 10% para a Central Sindical e 10% para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que está vinculada ao Seguro Desemprego.
“Este recurso faz parte do nosso orçamento e financia os serviços e benefícios oferecidos à categoria. Mesmo para quem não é sócio, há o reajuste salarial e todas as cláusulas sociais da Convenção Coletiva, que tem força de lei. Auxílio creche e auxílio medicamento são exemplos disso. Quando sentamos com o Sindicato Patronal para negociar os benefícios são ampliados para toda a categoria, não apenas para os sócios. Então, façam essa reflexão: para quem interessa um sindicato fraco?”, esclarece Marli.
O tesoureiro da entidade, José Gilson Cardoso, lembrou da fundação do Sintrivest, há 34 anos, quando um grupo de trabalhadores sentiu a coragem de se unir para reivindicar uma condição mais igualitária de trabalho e de salários. Segundo ele, a realidade mudou, mas a resistência neste momento se faz necessária exatamente para não permitir o retrocesso de três décadas.
“Cabe a esta assembleia determinar o rumo da história dos trabalhadores vestuaristas. Não vamos permitir que o patrão, na fábrica, diga como devemos ser tratados. Com o valor da contribuição sindical é possível comprar cerveja e uma carne, passar feliz um final de semana. Mas só depois vamos nos dar conta dos benefícios que nos foram tirados”, observa Gilson.
Conforme o Edital de Convocação, esta foi a primeira aprovação e novas assembleias com o mesmo tema serão realizadas no decorrer desta semana, em algumas fábricas do vestuário.
Outras manifestações
O secretário geral do Sindmestre, Jean Carlo Dalmolin, lembrou que a Reforma Trabalhista foi iniciativa de uma federação empresarial de São Paulo, com interesses bem específicos para precarizar as relações de trabalho no país. “Acreditem, se com o sindicato já está difícil, imagine sem ele. A situação vai ficar terrível”, pontua.
Já o presidente do Sinseb, Orlando Soares Filho, conta que recentemente sua entidade votou pela manutenção da contribuição sindical e orienta os trabalhadores vestuaristas a fazerem o mesmo. “Somos um sindicato pequeno, mas, há três semanas, decidimos que queremos ser do tamanho do Sintrivest e, por isso mesmo, aprovamos a contribuição sindical. Não percam a representatividade que vocês têm”, orienta Orlando.
O assessor jurídico da Fetiesc, Jairo Leandro Luiz Rodrigues, chamou a Reforma de “Deforma Trabalhista” e disse que ela foi articulada por grandes empresas, grandes latifúndios e pelo setor financeiro. “O pequeno empresário vai ser tão prejudicado quanto nós”, observa.
Jairo traçou uma retrospectiva alinhada desde 2005, com a criminalização dos movimentos sociais, até a Reforma Trabalhista no ano passado. O xeque-mate, segundo ele, é o enfraquecimento do movimento sindical no Brasil.
“Estou extremamente feliz porque, por unanimidade, os trabalhadores presentes autorizaram a continuidade do desconto da contribuição sindical, porque reconhecem o trabalho realizado pelo Sintrivest e todos os serviços prestados para a categoria. Isso me deixa feliz e satisfeita, com entusiasmo para continuar na luta diária, em prol de melhores condições de vida e trabalho para todos”, confirma a presidente do Sintrivest, Marli Leandro.
Com quase duas horas de duração, a Assembleia propôs um amplo debate, que abordou as mudanças trazidas pela Reforma Trabalhista e a importância de manter um sindicato forte na atual conjuntura. Participaram do evento o tesoureiro do Sintrivest, José Gilson Cardoso, e a assessora jurídica da entidade, Marili Imhof. Também estiveram presentes o secretário geral do Sindmestre, Jean Carlo Dalmolin, o presidente do Sinseb, Orlando Soares Filho, o assessor jurídico da Fetiesc, Jairo Leandro Luiz Rodrigues, e a diretora da entidade, Rosana Quintino.
Antes da aprovação da Reforma Trabalhista, a contribuição sindical era o desconto de um dia de trabalho, que acontecia de forma automática no mês de março. Agora, o desconto depende da autorização prévia e expressa do trabalhador que, de acordo com orientações em debates e seminários, bem como através de pareceres jurídicos, pode ocorrer de forma coletiva, através de uma assembleia convocada exatamente para este fim. Depois de recebido, o tributo passa pela seguinte divisão: 60% fica no sindicato, 15% é destinado para a Federação (Fetiesc), 5% para a Confederação (CNTI), 10% para a Central Sindical e 10% para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que está vinculada ao Seguro Desemprego.
“Este recurso faz parte do nosso orçamento e financia os serviços e benefícios oferecidos à categoria. Mesmo para quem não é sócio, há o reajuste salarial e todas as cláusulas sociais da Convenção Coletiva, que tem força de lei. Auxílio creche e auxílio medicamento são exemplos disso. Quando sentamos com o Sindicato Patronal para negociar os benefícios são ampliados para toda a categoria, não apenas para os sócios. Então, façam essa reflexão: para quem interessa um sindicato fraco?”, esclarece Marli.
O tesoureiro da entidade, José Gilson Cardoso, lembrou da fundação do Sintrivest, há 34 anos, quando um grupo de trabalhadores sentiu a coragem de se unir para reivindicar uma condição mais igualitária de trabalho e de salários. Segundo ele, a realidade mudou, mas a resistência neste momento se faz necessária exatamente para não permitir o retrocesso de três décadas.
“Cabe a esta assembleia determinar o rumo da história dos trabalhadores vestuaristas. Não vamos permitir que o patrão, na fábrica, diga como devemos ser tratados. Com o valor da contribuição sindical é possível comprar cerveja e uma carne, passar feliz um final de semana. Mas só depois vamos nos dar conta dos benefícios que nos foram tirados”, observa Gilson.
Conforme o Edital de Convocação, esta foi a primeira aprovação e novas assembleias com o mesmo tema serão realizadas no decorrer desta semana, em algumas fábricas do vestuário.
Outras manifestações
O secretário geral do Sindmestre, Jean Carlo Dalmolin, lembrou que a Reforma Trabalhista foi iniciativa de uma federação empresarial de São Paulo, com interesses bem específicos para precarizar as relações de trabalho no país. “Acreditem, se com o sindicato já está difícil, imagine sem ele. A situação vai ficar terrível”, pontua.
Já o presidente do Sinseb, Orlando Soares Filho, conta que recentemente sua entidade votou pela manutenção da contribuição sindical e orienta os trabalhadores vestuaristas a fazerem o mesmo. “Somos um sindicato pequeno, mas, há três semanas, decidimos que queremos ser do tamanho do Sintrivest e, por isso mesmo, aprovamos a contribuição sindical. Não percam a representatividade que vocês têm”, orienta Orlando.
O assessor jurídico da Fetiesc, Jairo Leandro Luiz Rodrigues, chamou a Reforma de “Deforma Trabalhista” e disse que ela foi articulada por grandes empresas, grandes latifúndios e pelo setor financeiro. “O pequeno empresário vai ser tão prejudicado quanto nós”, observa.
Jairo traçou uma retrospectiva alinhada desde 2005, com a criminalização dos movimentos sociais, até a Reforma Trabalhista no ano passado. O xeque-mate, segundo ele, é o enfraquecimento do movimento sindical no Brasil.