Data de publicação: 21/09/2015

Negociação Coletiva

Trabalhadores vestuaristas aprovam reajuste salarial

Negociação Coletiva do Sintrivest chega ao fim com incremento de 9,88% nos salários

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Trabalhadores vestuaristas aprovam reajuste salarial
Na tarde deste sábado, 19 de setembro, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário de Brusque e Guabiruba (Sintrivest), realizou sua Assembleia Extraordinária, para análise e discussão da proposta negociada com o sindicato patronal da categoria, o Sindivest. A presidente do Sintrivest, Marli Leandro, falou sobre as conversas, propostas e contrapropostas negociadas desde julho de 2015 e, por unanimidade, os trabalhadores aprovaram o reajuste de 9,88%, com renovação de todas as cláusulas que já compõem a Convenção Coletiva de Trabalho.

“Depois de várias conversas com o Sindicato Patronal, apresentamos a proposta negociada para que os trabalhadores pudessem decidir. Colocamos todos os prós e contras, sobretudo a situação econômica que estamos passando neste momento. É um tema que precisa ser levado em consideração e que veio à tona em todas as conversas com o patronal. Por fim, os trabalhadores aprovaram o reajuste de 9,88%, que representa o acumulado do INPC, desde setembro do ano passado até agosto deste ano”, afirma Marli.

Segundo ela, o reajuste não é tão baixo, embora represente apenas as perdas salariais do período, sem nenhuma porcentagem de aumento real, como o negociado em anos anteriores.

“Mas, infelizmente, não conseguimos avançar. Com este aumento, o piso inicial da categoria passa para R$ 1019 nos três primeiros meses de experiência e sobe para R$ 1090 depois, como piso normativo. Todas as demais cláusulas que compõem a Convenção Coletiva de Trabalho foram renovadas e o aumento também se estende ao auxílio medicamento, que passa a ser R$ 163 por mês, e ao auxílio creche, agora R$ 60 por filho até cinco anos”, ressalta Marli.



Os efeitos da crise

Desde a primeira conversa realizada com o sindicato patronal, acerca da negociação coletiva, o principal assunto em pauta foi o momento que as empresas vivem. O setor do vestuário, no entanto, se difere do setor têxtil e não sente de forma tão acentuada os efeitos da crise.

Um dos fatores é o valor do câmbio, que forçou os importadores a investir na produção local. E Santa Catarina ainda opera em um patamar diferenciado e mais positivo do que o restante do país.

“A reflexão que queremos fazer é o fato do trabalhador já estar perdendo seu poder de compra há um ano e isso reflete na economia. Com dinheiro no bolso, as pessoas compram mais. Não adianta achatar os salários porque as empresas vão vender menos e isso não vai resolver. De qualquer forma, a nossa avaliação final é a de que não perdemos. Estamos, pelo menos, conseguindo repor o acumulado da inflação”, salienta a presidente do Sintrivest.